Pegar no Tranco: Razões para Evitar Esta Prática e Suas Alternativas Seguras

10 Min de Leitura

Muitos motoristas já se viram na situação de tentar fazer seu carro “pegar no tranco”. À primeira vista, pode parecer uma solução prática para um carro que não quer ligar, mas essa prática esconde uma série de riscos que podem comprometer seriamente seu veículo.

O uso dessa técnica pode levar a danos significativos, desde componentes internos como a correia dentada até sistemas eletrônicos sofisticados. Enquanto pode parecer uma solução rápida, os custos potenciais de reparo são muito mais altos do que investir em uma manutenção preventiva adequada.

Além disso, a técnica do tranco pode ser especialmente prejudicial para veículos modernos equipados com sistemas de injeção eletrônica e motores turbo, que não são projetados para suportar esse tipo de esforço. Ao empurrar o carro, você não só coloca o motor em risco, mas também afeta transmissões automáticas e manuais, podendo causar danos irreparáveis. Evitar problemas é sempre a melhor estratégia, e a chave está em manter o veículo bem cuidado e em boas condições de funcionamento.

O que é ‘Pegar no Tranco’

A técnica de “pegar no tranco” é uma solução de emergência que muitos motoristas utilizam na tentativa de fazer um carro com a bateria descarregada voltar a funcionar. Esse método geralmente envolve empurrar o veículo e engatar uma marcha para dar partida no motor. Embora possa parecer intuitivo, essa prática pode acarretar sérios riscos mecânicos.

Como Funciona em Carros Manuais

Nos carros manuais, “pegar no tranco” é possível porque o motorista pode engatar uma marcha e utilizar o movimento do veículo para girar o motor. O processo é simples em essência, mas requer coordenação. Aqui está como funciona:

  1. Empurrar o Carro: Com a ajuda de algumas pessoas, o carro é empurrado até ganhar uma certa velocidade.
  2. Engatar a Marcha: O motorista deve colocar o carro em segunda marcha, com a embreagem totalmente pressionada.
  3. Soltar a Embreagem: Quando o carro atingir uma velocidade razoável, a embreagem é solta rapidamente.

Ao soltar a embreagem, a movimentação das rodas é transferida para o motor, que pode começar a funcionar novamente — desde que o problema inicial fosse apenas a bateria descarregada. Contudo, esse método pode causar stress em componentes como a embreagem e o sistema de transmissão, levando a avarias.

Para saber mais sobre a utilização de carros manuais, confira nossa página sobre carros manuais.

Por que Carros Automáticos não Devem ‘Pegar no Tranco’

Diferentemente dos carros manuais, os veículos automáticos têm um sistema de transmissão que não permite o mesmo tipo de engate de marcha com o carro desligado. Isso se deve ao seu design mecânico. Tentativas de fazê-lo podem resultar em danos sérios. Aqui estão algumas razões pelas quais não é seguro:

  • Sistema de Transmissão: Carros automáticos utilizam conversores de torque que necessitam de pressão hidráulica, algo que não pode ser atingido sem a energia da bateria.
  • Riscos de Danos: Forçar um carro automático a pegar no tranco pode danificar o sistema de transmissão, uma reparação que costuma ser cara.

Portanto, se você estiver dirigindo um carro automático e a bateria falhar, é melhor buscar outras alternativas, como chamar uma assistência técnica para recarga de bateria.

Motivos para Evitar essa Prática

Optar por “pegar no tranco” pode parecer uma solução rápida, mas esconde diversos perigos. Esta prática, frequentemente adotada em casos de bateria descarregada, pode acarretar em problemas mecânicos graves e dispendiosos.

Danos Potenciais ao Motor

Rodar o motor de forma brusca pode danificar componentes internos. O movimento abrupto necessário para esse procedimento pode gerar tensões indesejadas. Além disso, a batida inesperada pode comprometer a correia dentada, levando a custos elevados de reparo.

Impacto nos Componentes Eletrônicos

Os componentes eletrônicos modernos são sensíveis a picos de corrente. Ao “pegar no tranco”, a corrente elétrica flui de maneira não controlada. Isso pode causar falhas em sistemas de injeção eletrônica e até queimar fusíveis, resultando em pane total do sistema.

Risco para Transmissões Automáticas

Quando falamos de carros automáticos, “pegar no tranco” não é apenas imprudente, é perigoso. O design de transmissão automática requer pressão hidráulica para funcionar, o que não é possível sem a energia da bateria. Tentar essa prática pode resultar em danos catastróficos ao sistema de transmissão, levando a grandes despesas de reparo.

Alternativas Seguras para Ligar o Carro

Felizmente, existem maneiras mais seguras para lidar com uma bateria descarregada. Considere as seguintes opções:

  1. Cabos de transferência: Use um jogo de cabos ligado em um segundo veículo para recarregar a bateria.
  2. Carregador de bateria portátil: Um dispositivo compacto que pode ser mantido no porta-malas para emergências.
  3. Associação de assistência veicular: Muitos oferecem serviços de recarga in loco, evitando o risco de danos mecânicos.

Manutenção Preventiva para Evitar a Situação

A manutenção preventiva é a chave para evitar situações onde “pegar no tranco” pareça necessário. Verificar regularmente o estado da bateria e dos cabos pode ajudar a identificar problemas antes que se tornem graves. Investir em manutenção preditiva e preventiva garante que seu veículo funcione de maneira confiável e segura. Além disso, aderir a práticas como uma manutenção regular pode prevenir a maioria dos percalços no dia a dia.

Casos em que a Prática Pode Funcionar

A técnica de “pegar no tranco” vem com muitos riscos, mas há momentos em que, na ausência de outras opções, pode ser adotada com cautela. É importante entender quando essa prática pode realmente ajudar e quais são os limites do seu uso seguro.

Condições de Emergência

Existem situações de emergência nas quais “pegar no tranco” pode ser a única solução viável. Imagine-se em uma estrada deserta, sem acesso a assistência técnica ou ferramentas. Nesses casos, especialmente para veículos manuais, essa técnica antiga pode ser posta em prática com os seguintes cuidados:

  • Superfície Adequada: Certifique-se de que a superfície seja plana ou levemente inclinada, garantindo segurança ao empurrar.
  • Ajuda Externa: Nunca tente fazer isso sozinho; sempre tenha alguém para ajudar a empurrar o carro, reduzindo riscos de acidentes.
  • Verificação Prévia: Antes de tentar, verifique se a falha é realmente da bateria, evitando aplicar a técnica desnecessariamente.

Mesmo em condições extremas, manter a segurança e avaliar os riscos são essenciais. Para mais dicas sobre manutenção e como evitar problemas futuros, veja nosso artigo sobre manutenção de motor.

Diferenças entre Motores Diesel e Gasolina

A forma como os motores respondem ao “pegar no tranco” varia significativamente entre diesel e gasolina. Isso se deve às diferenças intrínsecas na construção e operação de cada tipo de motor.

  • Motores a Diesel: Esses motores requerem maior compressão para iniciar, tornando “pegar no tranco” menos eficaz e potencialmente mais danoso. O sistema de injeção de um motor diesel pode sofrer, especialmente se o motor é um modelo mais novo com alta pressão.
  • Motores a Gasolina: Geralmente, motores a gasolina são mais permissivos com essa técnica, mas isso não significa que seja seguro. A prática ainda pode causar danos a longo prazo, especialmente em componentes como a embreagem e a transmissão.

Se estiver considerando “pegar no tranco”, é vital entender que, apesar das diferenças, o melhor é prevenir. Na dúvida, investir em um curso de condução preventiva pode preparar melhor para situações emergenciais sem riscos desnecessários.

Conclusão

Ao considerarmos todas as informações discutidas sobre a prática de fazer o carro “pegar no tranco”, fica claro que essa técnica, embora tradicional, pode apresentar sérios riscos ao veículo, especialmente aos modelos mais recentes. Por isso, é fundamental estar bem informado sobre os potenciais danos e as alternativas mais seguras existentes.

Importância da Manutenção Preventiva

A manutenção preventiva é uma aliada valiosa para evitar a necessidade de soluções emergenciais como “pegar no tranco”. Realizar inspeções regulares e manter o carro em ótimas condições pode prevenir problemas inesperados. Para entender mais sobre como a manutenção de transmissão pode auxiliar na prevenção de avarias, confira nosso guia detalhado.

Assistência Técnica como Alternativa Segura

Em vez de recorrer a métodos arriscados, opte por buscar assistência técnica qualificada. Serviços de assistência veicular oferecem suporte eficaz e evitam danos ao seu automóvel. Saiba mais sobre a importância dessa escolha na nossa página sobre assistência técnica veicular.

Adotar práticas seguras e informadas não só protege seu investimento como também garante sua segurança no dia a dia. Portanto, estar atento à manutenção e assistência especializada são passos certeiros rumo à longevidade e confiabilidade do seu veículo.

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O Redator é a equipe de produção da Verificar Auito, formada por jornalistas especializados em auto e legislação veicular. Nossos artigos são escritos com base em fontes oficiais, como o Detran, CTB, SENATRAN e Sefaz, para oferecer informações relevantes e atualizadas aos motoristas de todo o Brasil.
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