A colaboração entre Brasil e China gerou as atuais gerações do Chevrolet Onix e Tracker. Enquanto esses modelos se destacam entre os mais vendidos no Brasil, o mesmo não se pode dizer sobre sua recepção no mercado chinês. O Onix, disponível apenas na versão sedã, já foi descontinuado, e agora o futuro do Tracker também é incerto.
De acordo com informações da agência Reuters, a General Motors planeja fechar sua fábrica em Shenyang neste mês, como parte de um plano de reestruturação na região. Esta unidade é responsável pela produção do Chevrolet Tracker e da minivan Buick GL8.
A falta de um posicionamento oficial da GM quanto ao futuro do Tracker na China gera apreensão. Diferente do Onix Plus, que não agradou o mercado local por conta do motor de três cilindros, o Tracker manteve-se relativamente melhor, recebendo atualizações, incluindo um interior renovado que influenciou o design da Montana.
Ainda existe a possibilidade de que a produção do Tracker seja transferida para outro local, mas as expectativas são baixas nesse sentido. O site South China Morning Post aponta que a reestruturação da joint venture da GM envolverá a eliminação de modelos que não são lucrativos, e o Tracker está entre esses modelos.
O mercado chinês tem visto uma crescente preferência por marcas locais, que oferecem mais tecnologia e uma variedade maior de veículos elétricos e híbridos plug-in, enquanto os modelos a combustão estão perdendo espaço. Além disso, a GM enfrenta desafios por conta de uma imagem mais forte da Buick, uma marca que se destacou na China desde a década de 1920, sendo o carro favorito do imperador da época.
Mary Barra, a CEO da GM, deixou claro que a estratégia da empresa na China não priorizará a Chevrolet, mas sim marcas como Cadillac e Buick, além do segmento de importação de veículos premium, que ainda têm um apelo considerável entre os consumidores.
Outras evidências indicam que o futuro do Tracker na China é incerto. O SUV compacto está programado para receber uma reestilização no Brasil este ano e já foi flagrado em testes diversas vezes. Em contrapartida, a versão chinesa não demonstra sinais de renovação. O mesmo ocorreu com o Onix, que foi retirado do mercado chinês sem ter recebido sequer um facelift.
A situação pode refletir no Brasil. As atuais gerações do Onix e Tracker foram projetadas para atender tanto o gosto chinês quanto o brasileiro, mas a próxima geração pode não seguir essa linha de desenvolvimento. Com uma equipe de engenharia focada localmente, a GM deverá criar novos modelos com atenção total às preferências brasileiras, evitando a estratégia de introduzir veículos chineses sob outra nomenclatura, como tem sido feito em algumas regiões da América Latina.
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